A partir de janeiro de 2026, entra em vigor uma significativa alteração na legislação tributária brasileira: a transmissão em tempo real de eventos fiscais. Essa mudança exigirá das empresas uma atualização em seus sistemas de dados e governança, com o objetivo de garantir a sincronização de todos os processos tributários. O governo já estabeleceu as categorias de eventos fiscais e as adaptações necessárias nos documentos eletrônicos.
Os eventos fiscais, que são registros digitais complementares à Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), documentarão etapas específicas de operações, como entrega e pagamento. Embora não sejam novos documentos fiscais, serão essenciais para a validação de créditos tributários no novo modelo. Isso resultará em um aumento no volume de dados transmitidos ao fisco e exigirá uma maior interconexão entre sistemas empresariais, como ERPs e plataformas de mensageria.
Com a nova exigência, as empresas precisarão garantir que seus sistemas possam gerar, validar e transmitir informações adicionais em tempo real, seguindo os novos layouts das Notas Técnicas da NF-e. A rastreabilidade será mais rigorosa, exigindo registros digitais auditáveis para cada etapa da operação. Para evitar falhas que possam interromper operações ou resultar na rejeição de notas, será necessário investir em infraestruturas tecnológicas mais robustas.
A partir de 2026, a integração entre emissão de notas, cálculo tributário e reporte de informações precisará ser orquestrada. Isso coloca a área de TI em uma posição central na adaptação aos novos requisitos. As empresas deverão revisar fluxos de integração, atualizar ERPs e validar o envio dos novos XMLs. Setores com alto volume de transações, como varejo e logística, sentirão mais intensamente os efeitos dessa mudança.
Leonardo Brussolo, Diretor de Produto da Sovos Brasil, destaca que a exigência de eventos fiscais em tempo real inaugura um novo ciclo de integração entre tecnologia e compliance. “Cada etapa da operação passa a ser registrada digitalmente de maneira estruturada e imediata”, explica Brussolo, enfatizando a importância da tecnologia para antecipar cenários e mitigar riscos durante a transição.
